Temas de relevância, potencialização do conhecimento e integração entre profissionais e comunidade acadêmica. O III Congresso da Advocacia Sul Catarinense uniu esses tópicos, e muito mais, em dois dias de muito aprendizado jurídico tendo como palco o Palazzo Delle Acque, em Nova Veneza.
O evento, organizado pela OAB Subseção Criciúma, começou na sexta-feira e se estendeu até sábado movimentando ainda a economia da Capital Nacional da Gastronomia Típica Italiana, com a lotação da rede hoteleira e de restaurantes. Foram mais de 600 congressistas.
O presidente da OAB Subseção Criciúma, Fábio Jeremias, ressaltou que o evento, feito com várias mãos, encerrou com sucesso além do esperado.
“Nosso Congresso, além de ter a participação de várias pessoas, se tornou realidade graças aos nossos colaboradores e apoiadores. Só temos a agradecer a todos, além dos palestrantes e congressistas. Este evento só vem a somar a nossa advocacia e valorizar a nossa região no que diz respeito ao ensino jurídico”, declarou.
“Foi um espetáculo. Nosso Congresso reforçou a importância da advocacia para todos os membros da sociedade e principalmente para os acadêmicos, que estão iniciando os primeiros passos na profissão”, caracterizou o coordenador, Luiz Eduardo Conti.
O III Congresso da Advocacia Sul Catarinense foi o primeiro evento da área no qual a acadêmica de Direito da Unibave, Larissa Marcelino, de 18 anos, participou.
"Imaginava que seria algo grandioso em termos de conhecimento, mas superou as minhas expectativas. Fiquei ainda mais encantada com a profissão. O Congresso me abriu um leque de opções, de campo e de estrutura que não imaginava. Deu ainda mais vontade de seguir nesta apaixonante, importante e imprescindível carreira", analisou.
Palestrantes e seus temas
No primeiro dia, Alexandre Freire abordou importantes pontos a respeito do Superior Tribunal Federal (STF) e o Sistema de Justiça. Questões técnicas e profundas, que valeram a reflexão e reforçaram a importância da busca constante para entender e se aperfeiçoar nos temas.
Já Pedro Miranda fez o balanço sobre os dois anos de vigência do novo Código de Processo Civil (CPC). “Entender todas as mudanças e de que maneira aplicá-las a favor da advocacia é de suma importância para o bom exercício da profissão”, resumiu.
No início da manhã de sábado, Cláudia Bressan falou sobre o Tribunal de Contas. Na palestra, a doutora explicou a rejeição de contas e o termo de ajustamento de gestão.
Em seguida, Mauro Prezotto explanou o papel do eleitor na democracia. Tema que traz para debate o real conceito de política. “Que muito além de siglas ou partidos, define que somos todos políticos. Desde as nossas pequenas atitudes até nas grandes decisões. Logo, toda e qualquer mudança começa por nós”, proferiu.
A advocacia do passado, presente e futuro. O Dr. Rafael de Asis Horn trouxe as “Perspectivas e Desafios da Advocacia”. Da história, mudanças, a instigação na profissão, prerrogativas e a necessidade constante de mudança.
A alta demanda judicial, a desburocratização, a otimização do tempo, a tecnologia a favor e a necessidade de se atualizar acompanhando o mercado da inovação. Juliana Foggaça discursou sobre as inovações tecnológicas e o novo profissional. “Mas não esquecem de que o nosso cérebro é o computador mais potente”, ressaltou.
Marlus Arns de Oliveira trouxe a temática “Direito Penal e Processual Penal – Reflexões em Tempos de Lava Jato”. O Código Penal, a criminalização, o habeas corpus, a condução coercitiva, os métodos de investigação e os bastidores das grandes operações foram alguns dos temas analisados pelo advogado.
O profissional é bastante conhecido pela atuação em grandes operações e por advogar para Eduardo Cunha e sua esposa. Dr. Marlus falou ainda sobre o sistema penitenciário, a experiência na área adquirida em outros países e, de modo geral, os reflexos na advocacia.
"Só se aprende o que se gosta". Dr. Eduardo Mello, em "Reinventando a Advocacia: Da Faculdade aos 5 Primeiros Anos", proferiu aos acadêmicos e profissionais os dilemas do ensino, a necessidade do dinamismo e a importância do alinhamento da teoria com a prática.
Como era antes, o que mudou e o que precisa mudar? Os 30 anos da Constituição Federal sob a ótica e vasta experiência de um dos maiores constitucionalistas do país. Dr. Ruy Espíndola e os "30 anos da Constituição Federal" encerrou com chave de ouro o rico ciclo de palestras no Congresso.
Para finalizar o evento, o deputado constituinte Ruberval Pilotto contou os bastidores da elaboração da Constituição Federal e, ao lado do jornalista e vice-prefeito de Criciúma, Ricardo Fabris, deu uma aula aos participantes.
“Tecnologia, agricultura e muitos outros campos. Temos um país com um potencial de crescimento enorme. Mas isso não vai acontecer de maneira saudável enquanto a sociedade se omitir. Se tem um conselho que eu gostaria de deixar para todos aqui é: participem! Participem de instituições beneficentes, se tiverem alguma religião, das suas igrejas, acompanhem e busquem entender o que o prefeito da sua cidade faz. Participem!”, convocou.
“Somos um país jovem, em idade e em população. Ainda temos muito que aprender e evoluir. Isso só acontecerá com a participação de cada um, de cada uma. O Brasil precisa de pessoas que busquem o bem do país. E estas pessoas somos nós. E que tenhamos mais eventos como este. A OAB está de parabéns e sigo sempre à disposição”, finalizou.
O Congresso também abriu espaço para outros temas relevantes e de interesse coletivo. O Centro de Valorização à Vida (CCV) trouxe dados, apresentou seu atendimento e alertou para um dos maiores problemas atuais: o suicídio (número 188).
A terceira edição do Congresso da Advocacia Sul Catarinense contou com o patrocínio da CAASC, Espirito Santo e Cartórios de Protesto, além do apoio das universidades do Sul do Estado, como a Unesc, Esucri, Unisul e Unibave, além do Interclass, Siecesc, Sicoob Advocacia, OAB ESA E IASC.
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